sábado, 30 de agosto de 2008

Conclusão:

Osório foi um homem muito corajoso, esperto, humilde e de muita sorte. Fatos comprovados por suas inúmeras batalhas, onde, além de sua inteligência militar demonstrava sua coragem e bravura; mostrou-se humilde quando não desprezou um subordinado e sua sorte se manifestou em todos os momentos de mais necessidade: o campo de batalha. Sua vida pessoal foi marcada pela morte da Ana, seu grande amor, mas foi nos braços de Francisca Fagundes que ele recebeu o amor e carinho desejado, assim formando uma família com quatro filhos Fernando Luís Osório (1848-1896), Adolfo Luís Osório (1847-?), Manuela Luísa Osório (1851-1930) e Francisco Luís Osório (1854-1910). Este homem de muitas condecorações tinha como “destino” ser militar, mas sua verdadeira vontade era estudar e ser político, coisas que ele realizou ao tornar-se senador e escrever um livro.
A vida de Osório esconde muitos feitos pouco divulgados, seria muito interessante poder ter acesso a toda história de vida deste um homem tão amado pelo povo brasileiro e principalmente os cavalarianos. Porém poucas pessoas se interessam em buscar este conhecimento, assim sua história vai ficando para traz, desconhecida entre jovens e adultos.
Depois desta pesquisa pude verificar que Osório possuía uma personalidade bem definida, apoiou seus amigos, mas não deixou de lutar por seus ideais. Lutou tanto ao lado de farroupilhas como imperiais e isso não prejudicou sua imagem, pois ele foi um líder nato que soube apoiar o lado certo no momento certo.

Com todo esse estudo feito chegamos a conclusão de que os fatos não se encaminharam por si só,conhecimentos como o relevo similar de Rio Pardo e Bagé, porém este último com uma melhor posição em relação a fronteira foi determinante para a escolha da troca de local do regimento. E graças a essa escolha foi que Osório que ele acabou por conhecer sua futura mulher e um pouco mais tarde fazer parte da guerra dos farrapos. Também como Osório entrou na guerra mostra que Osório nunca esteve ao lado dos farrapos por vontade, ele queria que o rio grande se mantivesse unido ao império, mas diante de alguns fatos, cumpriu seu dever diante do exercito imperialista e escolheu, o que na situação era a melhor a fazer, se aliar aos farrapos. Outra condição muito importante para continuidade da guerra,foi os fatores naturais. Graças as nossas condições naturais foi possível a guerra se estender por tanto tempo. Devemos destacar também, que os farroupilhas eram acostumados ao nosso clima, ao nosso inverno rigoroso e ao verão bem intenso, e isso fez com que eles não ficassem tão expostos a doenças como gripe, por exemplo. E é claro, que devido ao conhecimento da região, foi possível fazer ótimas táticas de guerras, o que fez com que se igualassem os gaúchos e os imperialistas. Os gaúchos, conhecedores da região e acostumados com a mesma; no entanto os imperialistas, que não conheciam muito bem a região, eram bem melhores armados pelo império e em algumas vezes estavam em bem maior número.

Escrito por:Akie e Caroline Brasil

Últimos anos de Guerra dos Farrapos

Em 1840 São José do Norte, um minicípio brasileiro localizado no estado do Rio Grande do Sul a uma latitude 32º00'53" sul e a uma longitude 52º02'30" oeste, é atacada por Bento Garibaldi e mais 1200 homens. Os 600 combatentes da vila repelem o ataque. Baixas de 630 pessoas, entre mortos e feridos, de ambos os lados.
Termina em dezembro o sítio a Porto Alegre. Já em 1841 Garibaldi abandona a Província e a revolução e vai embora com a sua Anita (a catarinense Ana de Jesus Ribeiro).
Porto Alegre recebe do Governo Imperial, em outubro, o título de "Leal e Valorosa" por ter rechaçado os Farrapos.

Então no ano de 1842 os farroupilhas se desorganizam, devido a intrigas. Com isso o Império se fortalece e o vice-presidente da República, Antonio Paulo da Fontoura, é assassinado em Alegrete. Nesta época os imperiais contavam com oito mil homens, crescendo sempre com contingentes enviados do centro do país. No final deste ano Caxias iniciou sua campanha com 12 mil soldados, munição à vontade, e bem equipados. Era mais do que a metade da força militar total do país, calculada nesta época em 21.968 soldados.
Os legalistas controlavam toda a orla marítima e toda a linha de navegação fluvial, desde a Lagoa Mirim até as imediações da Cachoeira, no Jacuí, e os pontos acessíveis aos navios de guerra nos rios Taquari, Cai e dos Sinos. Os Farrapos tinham agora, somente 3.500 homens, mostrando sua superiodade tática.

O ano de 1843 passa sem muitos acontecimentos marcantes, exeto pela instalação, no mês de julho, da sede da República Rio-grandense em Alegrete. Porém no dia 27 de fevereiro ocorre um duelo entre Bento Gonçalves e Onofre Pires, onde Onofre é ferido – por questão de honra - e morre cinco dias depois. Então ocorre a guerra dos porongos, cuja verdadeira intenção não é conhecida, uma delas diz que teria sido uma combinação entre o Teixeira Nunes, comandante dos imperialistas, e Canabarro, comandante racista dos revolucionários, com o intuito de acabar com a possibilidade da formação de bandos dos mesmos após o termino da guerra. Já a outra idéia seria de que o contingente de imperialistas era muito superior ao farrapo e estes utilizaram da inteligência e armaram uma emboscada que acabou por matar muitos negros farroupilhas.

E finalmente acaba, em 1º de março de 1845, a guerra mais popular do Rio Grande do Sul. É firmado um acordo entre farroupilhas e imperialistas mais conhecido como Tratado de Ponche Verde, o General David Canabarro, comandante-em-chefe do exército republicano, investido de poderes para representar a presidência da República, aceitou as condições. Farrapos e imperiais se reuniram no Acampamento Imperial de Carolina, em Ponche Verde, região do atual município de Dom Pedrito, para decretar a pacificação da província. Eram 12 as cláusulas da pacificação. Foram lidas em Ponche Verde no dia 25 de fevereiro, por Antônio Vicente da Fontoura:

Art. 1° - Fica nomeado Presidente da Província o indivíduo que for indicado pelos republicanos.

Art. 2° - Pleno e inteiro esquecimento de todos os atos praticados pelos republicanos durante a luta, sem ser, em nenhum caso, permitida a instauração de processos contra eles, nem mesmo para reivindicação de interesses privados.

Art. 3° - Dar-se-á pronta liberdade a todos os prisioneiros e serão estes, às custas do Governo Imperial, transportados ao seio de suas famílias, inclusive os que estejam como praça no Exército ou na Armada.

Art. 4° - Fica garantida a Dívida Pública, segundo o quadro que dela se apresente, em um prazo preventório.

Art. 5° - Serão revalidados os atos civis das autoridades republicanas, sempre que nestes se observem as leis vigentes.

Art. 6° - Serão revalidados os atos do Vigário Apostólico.

Art. 7° - Está garantida pelo Governo Imperial a liberdade dos escravos que tenham servido nas fileiras republicanas, ou nelas existam.

Art. 8° - Os oficiais republicanos não serão constrangidos a serviço militar algum; e quando, espontaneamente, queiram servir, serão admitidos em seus postos.

Art. 9° - Os soldados republicanos ficam dispensados do recrutamento.

Art. 10° - Só os Generais deixam de ser admitidos em seus postos, porém, em tudo mais, gozarão da imunidade concedida aos oficiais.

Art. 11° - O direito de propriedade é garantido em toda plenitude.

Art. 12° - Ficam perdoados os desertores do Exército Imperial.

Porém estas 12 cláusulas nunca foram cumpridas, como é de conhecimento de todos. Isto se pode verificar pelos seguintes tópicos:

· O Império jamais reconheceu formalmente a criação de um Estado Republicano no Rio Grande, motivo pelo qual os documentos oficiais foram ocultados. No Documento Convenção de Paz entre o Brasil e os republicanos não consta a palavra anistia, que, se usada, descaracterizaria a independência;

· O representante da República foi David Canabarro. Os principais líderes, criadores e comandantes da República beligerante não estavam presentes no ato da assinatura. O Tratado não foi assinado pelo Presidente da República Gomes Jardim. Seu líder máximo, Bento Gonçalves da Silva havia se afastado por motivo de uma enfermidade que o levaria a morte 2 anos após. Devemos lembrar, todavia, que o General Canabarro encontrava-se como comandante em-chefe das forças republicanas à altura da Convenção.O representante do Império foi o Barão de Caxias, que havia recebido poderes para tanto através de Decreto.

· O descumprimento: mesmo que as condições para deposição das armas republicanas tivessem o status de tratado legítimo, ele exigiria a partir do cumprimento de suas cláusulas, o que não se verificou:

    1. Os farrapos não escolheram seu presidente provincial e o General Luís Alves de Lima e Silva foi indicado senador do Império;
    2. O Império não ressarciu integralmente as dívidas de Guerra contraídas pela província do Rio Grande do Sul, tendo essas não sido devidamente contabilizadas e tendo sido pago, a alguns, uma irrisória porcentagem das perdas;
    3. Não houve a libertação de todos escravos que lutaram no Exército farroupilha, afim de se evitar o ressurgimento dos negros pelo resto do Império. Alguns foram devolvidos aos seus donos, outros foram levados para o Rio de Janeiro e vendidos a outros senhores. Os que faziam parte do corpo de lanceiros negros comandados por Davi Canabarro foram massacrados na Batalha de Porongos. 120 foram mandados incorporar pelo Barão de Caxias aos três Regimentos de Cavalaria de Linha do Exército na Província.
    4. Tais atos resultaram em conseqüências, inclusive entre as “resistências” farroupilhas. É fato o assassinato ( em 1860) de Vicente da Fontoura, que liderava o grupo anti-Bento Gonçalves . Tais antagonismos afloraram novamente na Revolução Federalista de 1893. Este processo completou-se com a Revolução de 1923. As correntes rio-grandenses antagônicas uniram-se na ascensão de Getúlio Vargas à presidência da República do Brasil em 1930.

Osório político?

Participou da vida política em Jaguarão e Bagé e ao ser transferido para a região de São Borja sentiu o perigo representado pelo intenso armamento paraguaio.

Ao termino da guerra, Osório, que já fazia parte do partido liberal, foi convidado a participar da vida política nacional. É então escolhido para o senado, cegou ao Rio de janeiro (20 de abril de 1877), onde recebeu de como presente uma lança com ornamentos de ouro, uma verdadeira jóia.

Suas recepções eram muitas turbulentas e entusiasmadas, no Rio de janeiro o povo retirou os cavalos do carro e ele foi arrebatado pela multidão tendo que ser retirado dos braços desta por homens, como mostra este trecho do jornal “A reforma”: Seguido de milhares de pessoas que o acompanhavam, o carro, no qual ia Osório, percorreu as ruas Direita e Ouvidor, rompendo com dificuldade as ondas populares que aí se reuniam...”. Na Bahia obteve a mesma recepção, com direito a exaltação de sua heroicidade, intrepidez, generosidade, singeleza, o amor, de sua abnegação do patriotismo. E em Salvador foi saudado pelo Sr. Sátiro de Oliveira Dias com as seguintes palavras: “Sr. General: - Diante da grandeza que V.Exa. um orador de minha humildade sente-se aniquilado, porque o esplendor da glória que o ilumina é tão grande, que me assoberba e deslumbra....”

Quando retornou ao Rio de Janeiro, deu segmento a sua gestão com entusiasmo e extrema dedicação. Neste mesmo ano os liberais assumem o poder e Osório passa a ocupar o cargo de ministro dos Negócios da Guerra.E em 1878 Alcançou também, 1879, quando os liberais subiram ao poder, Osório ocupou o cargo de Ministro da Guerra do gabinete do Visconde de Sinimbu até o dia de sua morte, por pneumonia aguda, aos 71 anos.

Escritor?

Sim, Marechal Osório também escrevia. Normalmente era um tipo comum de trova endereçada para suas amadas, cuja maioria é para Ana. Muitos destes escritos ficaram guardados em suas anotações, todavia, alguns foram recolhidos por pessoas mais próximas. Eles continham variados tipos de sentimento do Manuel Luís Osório, de seus lamentos pela sua designação para um destacamento, pelas núpcias de Ana e pela morte de sua amada.

Alguns fragmentos:

Contra a vontade te deixo
Porque o fado quer assim,
Vou suportar no desterro
Delírio ardente sem fim!”

“Só vivo quando te vejo,
Dia e noite penso em ti,
Se nasceste para amar-me,
Eu para te amar nasci.


Ausentes dos teus encantos,
Sem teus lindos olhos ver
Tudo me causa desgosto
Nada me causa prazer.


O tempo curar não pode
A chagas que amor abriu;
Separar só pode a morte
Corações que amor uniu.


Pavorosas, negras sombras
Escondem o meu penar;
Em silenciosa dor me oprime,
Meu alívio é suspirar...”


Bibliografia:

Livros:
  • MAGALHÃES, J. B. (Cel.). Osório: símbolo de um povo, síntese de uma época. Rio de Janeiro: Livraria AGIR Editora, 1946. 530p il.
  • MAGALHÃES, J. B. (Cel.). Osório: síntese de seu perfil histórico. Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército-Editora, 1978. 336p.
  • SANTOS, Francisco Ruas. Osório: contribuição às comemorações do 1° centenário da batalha de Tuiuti. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército-Editora, 1967. 236p. mapas.
  • Osório (edição especial comemorativa do sesquicentenário do nascimento do Marechal Manuel Luiz Osório). Revista Militar Brasileira, Rio de Janeiro, ano XLVI, nrs. 3 e 4, jul. a dez. 1958, vol. LXVIII.
Sites:
Todos acessados dia 30.08.08

http://www.popa.com.br/docs/cronicas/farrapos/

http://dicionario.sensagent.com/batalha+dos+porongos/pt-pt/

http://brasiliavirtual.info/tudo-sobre/guerra-dos-farrapos-o-outro-lado/

http://www.freemasons-freemasonry.com/20carvalho.html

http://www.bicentenariosorio.com/osorio/GenOsorio_O_Legendario.pdf


postado por: Akie

Localidades e Fauna

LOCALIDADES:











  • Porto Alegre- Rio Pardo
    140 km


  • Porto Alegre-Bagé
    393 km


  • Bagé – Santana do Livramento
    (em verde)
    164 km


  • Bagé- Aceguá
    (laranja)
    60 km



Como podemos ver no mapa, em ver temos a distancia do trajeto de Bagé a Santana do Livramento, 164 km. No entanto numa eventual fuga, o caminho mais próximo para chegar à fronteira é indo pelo distrito de Aceguá, 60 km. Por isso, quando Osório ajudou seu superior a fugir, é bem provável que tenha segui pelo caminho Bagé- Aceguá, sendo um caminho bem mais rápido e mais desconhecido, sendo assim mais seguro, já estavam em território farroupilha.



FAUNA:


A região onde começou a participação de Osório na Guerra dos Farrapos, temos de ressaltar que o pampa gaúcho é uma região com uma fauna muito rica em diversidade.
Estudos atuais revelam que nos campos sulistas foram encontrados 102 espécies de mamíferos, 476 de aves e 50 de peixes. Dados que revelam que já houve devido a atividades econômicas algumas espécies já foram levadas a extinção. Apenas agora no século XXI, com estudos mais aprofundados, é que os cientistas chegaram a conclusão de que o ecossistema do pampa é muito rico e devido a atividade campestre, vinha, até agora sendo muito bem preservado – é claro, exceto a alguns casos -. O Ratão-do-banhado (imagem a seguir) é um exemplo de animal muito presente aqui no pampa já na época da Revolução Farroupilha.

Outro ponto a ser destacado é o grande número de peixes, devido a grande quantidade de rios e lagos presentes em nosso estado. Como podemos observar, o Rio Grande do Sul tem um ecossistema muito rico, que na guerra foi muito importante, pois depois de 10 ano de Guerra os Farrapos começaram a ser atingidos pela falta de alimentos, falta de dinheiro , falta de armamentos, etc. Foi por ter uma fauna tão rica, um dos motivos que os farroupilhas sustentaram essa guerra por mais anos, caso contrário, com a falta de alimento e cansaço que se abatia nas tropas, com certeza a guerra não teria se pronlongado por tanto tempo. Tem fontes que nos dizem que no fim da Guerra, com a escacez de alimento, os guerreiros começaram a matar seus próprios cavalos para poder sobreviver as condições adversas, a fome e ao frio muito intenso aqui da nossa região.No entanto, depois de 10 longos anos pelos campos de batalhas a batalha chegou ao fim sem a vitória de nenhum lado, e sim com um tratado de paz.

Bibliografia:

http://br.geocities.com/biomapampa/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pampa

Enciclopédia Barsa

Escrito por: Caroline Brasil

sábado, 2 de agosto de 2008

Os 200 anos de Osório

O centauro. O lendário. A Lança do Império. O general intrépido que combatia no front das batalhas. O estrategista cujas façanhas impressionavam até os inimigos. O guardião das fronteiras do Brasil. Estes e outros atributos serão relembrados, hoje, nas comemorações pelo bicentenário do marechal Manoel Luis Osório - o Patrono da Cavalaria brasileira.Ele nasceu em 10 de maio de 1808, na vila Nossa Senhora da Conceição do Arroio (originou o município de Osório, hoje pertence a Tramandaí). Despertou para a vocação militar ainda piá. Antes dos 15 anos, alistou-se para lutar contra os portugueses que se insurgiram contra a independência do Brasil. Eram os tempos do "pica-fumo" - no jargão dos quartéis, o mais moço; no linguajar dos gaúchos, o novato que pica o fumo em corda para o patrão fechar o cigarro de palha.

Manoel Luis Osório esteve a serviço do Brasil nas principais conflagrações ao longo do século 19. Empunhou sua temível lança nas guerras contra os vizinhos uruguaios e argentinos e na Revolução Farroupilha (1835-45). Brandiu o pesado sabre recurvo na Guerra do Paraguai (1865-70), sendo ferido no campo de batalha.Osório ganhou todas as estrelas do Exército, foi senador, ministro, conselheiro de dom Pedro II. Recebeu os títulos de barão, visconde e marquês, a coleção de medalhas não caberia na sua farda. Era admirado por Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, os adversários também reconheciam sua bravura. O argentino Domingos Sarmiento (depois presidente do seu país) elogiou a cavalaria ligeira de Osório:"... notáveis cavaleiros: montavam até em potros com a elegância que não tinham os gaúchos argentinos. Laçavam com qualquer das mãos, sem que seus arreios militares, suas lanças, suas espadas e pistolas à cintura os embaraçassem".


Autor de dois livros históricos produzidos para o bicentenário, o coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarríbia ressalta que a comoção em torno da morte de Osório, em 1879, aos 71 anos, pode definir a importância do Patrono da Cavalaria. O poeta gaúcho Múcio Teixeira, contemporâneo de Osório, registrou que a "nação inteira" cobriu-se de luto.Fontes: livros Osório e Episódios Militares, do coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarríbia. As ilustrações são desses livros e do acervo do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda - Regimento Osório, do Comando Militar do Sul (CMS).

Ingressou no Exército aos 14 anos e com 17 anos incompletos já era alferes. Participou de todas as batalhas ocorridas no sul do continente, desde a batalha de Sarandi, na guerra da província Cisplatina, em 1825, na qual já se distinguiu por habilidade e bravura. Lutou ainda em Passo do Rosário (1828), na Revolução Farroupilha (1835-1845) e na batalha de Monte Caseros (1852), contra o ditador argentino Juan Manuel Rosas.Em 1856, tornou-se general e, nove anos depois, marechal-de-campo, depois de ter organizado, no Rio Grande do Sul, o Exército brasileiro que participou da guerra do Paraguai (1865-1870). Comandou as tropas brasileiras que invadiram esse país, em 16 de abril de 1866. Em maio, planejou a estratégia que permitiu ao Brasil vencer a batalha de Tuiuti, a maior do conflito. Foi agraciado com o título de barão e depois marquês do Erval.De julho desse ano a julho do ano seguinte, ficou no Rio Grande do Sul, reunindo novos contingentes para o Exército. Voltou ao campo de batalha em 1868 e mais uma vez demonstrou competência, conquistando a fortaleza de Humaitá e vencendo a batalha de Avaí. Conta-se que Osório era um homem simples, nada aristocrático, que se dava bem com os soldados e, assim como eles, estava sempre pronto para entrar em ação.Sete anos depois do fim da guerra, foi chamado pelo imperador a ocupar uma cadeira no senado e promovido ao posto de marechal-de-exército. Em 1878, foi nomeado ministro da guerra, com a ascensão do Partido Liberal ao poder. Permaneceu no cargo até a morte.Contam os historiadores da época que, certa vez, despachando juntamente com outros ministros diante do imperador, percebeu que dom Pedro 2o cochilava, sem dar atenção ao que eles diziam. Aborrecido, Osório deixou cair estrondosamente seu sabre ao chão. Abruptamente despertado, o imperador o admoestou: "Acredito que o senhor não deixava cair suas armas quando estava no Paraguai, marechal". "Não, majestade", respondeu Osório, "mesmo porque lá nós não cochilávamos em serviço..."


Armas:
Armas de fogo: A infantaria usava carabina modelo 1822, de carregar pela boca, 18 mm de calibre e 1032 mm de comprimento, descontada a baioneta usada em ações de choque.
Seu acionamento era consequência do impacto do cão de silex(pedra de fogo) contra uma peça de ferro(caçoleta).disto resultava uma faísca que incendiava a pólvora colocada numa concha externa0000000000fogão) o que comunicava a pólvora(do ouvido) do orifício que se comunicava por sua vez com a câmara de detonação. pólvora era condicionada em cartuchos para facilitar o carregamento e proteger a pólvora da umidade.
O projétil era esférico de chumbo moldado.
A cavalaria usava clavina modelo 1822 do mesmo sistema que a carabina e principalmente pistolões do mesmo sistema. Esta arma era usada pelos chefes ao lado da espada. O alcance da carabina e da clavina era de 250 a 300 metros. O pistolão era para o tiro a queima roupa. Todos os três tinham baixa velocidade de tiro.
O pistolão salvou a vida do alferes Manoel Luiz Osório ao atingir seu perseguidor, a cavalo, quando fugia ao cerco no combate de Sarandi, em 1825.


As armas dos Farrapos: eram imbatíveis nos combates a cavalo e usavam trabucos, pistolas e espadas. A cavalaria utilizava principalmente a lança.A artilharia empregava canhões e obuses tomados dos inimigos (ou fornecidos por uruguaios).

O atalho dos farroupilhas para o mar: os imperiais tinham o controle das águas, do Guaíba à Lagoa dos Patos (até a Barra de Rio Grande). Os revolucionários farrapos queriam navegar pelo oceano, tomar Laguna em Santa Catarina e fundar a República Juliana.
Garibaldi e Canabarro cortaram árvores em Camaquã, próximo ao rio, nas terras da Estância Cristal, onde Bento Gonçalves vivera alguns anos, e construíram os dois lanchões que seriam usados na invasão de Laguna - o Seival e o Farroupilha (ou Rio Pardo), e os conduziram até Capivari.
Foram construídos seis pares de rodas, três para sustentar cada lanchão e atreladas cem juntas de bois, requisitados junto aos fazendeiros locais. Era 17 de julho de 1839, a maré atingiu a altura desejada na barra do rio Tramandaí. O velho Carpinteiro - vento retalhador de barcos - fez das suas, pois o lanchão-capitânea Farroupilha, com Garibaldi e mais 14 soldados, foi à pique. Salvaram-se por pouco, nadando até o Seival! Todos a postos, navegaram até Laguna, SC, onde Garibaldi comandou ataques em 22 de julho e 15 de novembro de 1839. [Leia um pouquinho mais sobre isso no diário de bordo do Phantasy, " De Porto Alegre a Palmares.

Principais batalhas: Ocorrem 118 confrontos entre os farrapos e os imperialistas, com 59 vitórias para cada lado. Na verdade, não foi uma guerra nos moldes clássicos, já que o exército rebelde não estava organizado nos moldes convencionais. Suas táticas mais se assemelhavam às guerrilhas.
Os números de mortes em combates não são precisos, mas, em 1881 o Governo Imperial deu publicidade aos fatos, divulgando informações sobre a Revolução Farroupilha.
A estimativa é de que morreram 3.400 homens. Os farrapos perderam quase que o dobro dos legalistas.
Cena da Guerra dos Farrapos. Reprodução parcial de óleo do acervo da Prefeitura de São Paulo.

Efetivos farrapos:Calculava-se em seis mil homens os efetivos dos Farrapos neste ano, estando em Viamão de 1.500 a 1.600 homens. Bagé deveria ter mais uns 400 homens, comandados por Antonio Neto. Domingos Crescêncio comandava mais outros 600 perto de Piratini. Na região da Campanha, mais 500 eram comandados por Bento Manoel e David Canabarro. Vários grupos dispersos estavam espalhados pelo território.

Escrito por: Alisson

Principais Batalhas

Batalha do fanfa:
Foi um dos primeiros conflitos travados durante a Revolução Farroupilha, entre as forças da República Rio-Grandense, sob o comando de Bento Gonçalves da Silva, e as do Império do Brasil, comandadas por Bento Manuel Ribeiro.
Data 3 e 4 de outubro de 1836
Resultado: Acordo para a rendição dos farroupilha descumprido, prisão de muitos revoltosos.
Nesta ocorre a prisão de Bento Gonçalves, que é exilado para a Bahia onde serve como inspiração para a revolta .
Dia 3: as forças imperiais fecharam o cerco por terra. As forças farroupilhas resistiram, sabedores da proximidade de tropas lideradas por Crescêncio de Carvalho.
Dia 4: era formalizada a capitulação. Muitos revoltosos jogaram suas armas no rio, ao invés de entregá-las aos imperiais. No momento em que confraternizavam as tropas, chega Araújo Ribeiro, em pessoa, trazido por John Grenfell. Imediatamente ordena a prisão dos farrapos, desprevenidos e desarmados, não aceitando o acordo. Bento Manuel colabora com a captura. Entre outros, Bento Gonçalves da Silva, Tito Lívio Zambeccari, Pedro Boticário, José de Almeida Corte Real e José Calvet forma presos

Doenças e médicos:

A tentativa de tomar São José do Norte, para garantir um porto, resultou naquele que foi considerado o combate mais sangrento da guerra. Conta-se que as ruas da vila ficaram cobertas de cadáveres. Nele, os farroupilhas tiveram 181 mortos, 150 feridos e 18 deles foram feitos prisioneiros. Os imperiais tiveram 72 mortos, 87 feridos e 84 prisioneiros.

Apesar da violência do evento, ele também é lembrado pelo gesto cavalheiresco do coronel Antonio Soares Paiva, que comandava a guarnição legalista da cidade. Ao término do combate, Bento Gonçalves - que estava à frente das tropas farrapas - lhe enviou uma mensagem, dizendo que se achava sem médico e remédios para seus feridos. O coronel Paiva, então, lhe mandou um médico e metade dos medicamentos de que dispunha. Em agradecimento, Bento libertou todos os prisioneiros legalistas.

http://www.santacasadepelotas.com.br/historia.php

A Santa Casa de Misericórdia de Pelotas é a mais antiga instituição assistencial e hospitalar em funcionamento na cidade de Pelotas, no sul do estado do Rio Grande do Sul.
A idéia do surgimento de um hospital nesta região foi anterior a 1846, quando assolava no Estado, a Revolução Farroupilha. Pretendia-se criar uma instituição modelada nas formas criada por um frade português, em Lisboa, denominada Irmandade da Sta. Casa de Misericórdia.
Em 20 de junho de 1847 foi oficializada a fundação da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas, atendendo assim uma população que crescera e sofria as conseqüências da Revolução Farroupilha, desde 1840.
A necessidade de um atendimento clínico e cirúrgico surgiu com a adequação de um ambiente próprio: um hospital. Após a guerra, em 1846, foi necessária a criação de uma improvisada enfermaria para abrigar doentes carentes, localizada na rua Alegre, atualmente Rua Gonçalves Chaves. Em 20 de junho de 1847, foi fundada oficialmente a Santa Casa de Misericórdia de Pelotas e eleita a mesa administrativa da irmandade, regendo assim o futuro do hospital até 30 de junho de 1848. A posse de sua diretoria foi realizada em 20 de julho de 1847.

Escrito por: Akie

Como Osório entrou na Guerra do Farrapos

No mês em que eclodiu a Revolução, logo depois com sua independência dando origem a Guerra dos Farrapos onde os farroupilhas não mais queriam um governo mais justo e sim manter sua soberania, Osório estava em Bagé. Lá ele estava, pois, o seu Regimento antes situado em Rio Pardo (latitude 29º59'23" sul e a uma longitude 52º22'41" oeste), fora transferido para Bagé (Latitude 31° 19' 53'' sul ; Longitude 54° 06' 25'' oeste) devido à sua localização junto a fronteira do Uruguai servia como ponto estratégico para defender a soberania do Império brasileiro. Essa mudança foi necessária, pois o Rio Grande do Sul sofria grandes chances de ser invadido pelos uruguaios, já que em 1825 os brasileiros foram expulsos com a liderança do uruguaio Juan Antonio Lavalleja, ajudado por tropas argentinas. Juan Antonio Lavalleja proclamou a independência uruguaia na mesma ocasião o mesmo proclamou a independência uruguaia.
Rio pardo sempre fora utilizada como sede militar tanto que até hoje resta algumas peças, o antigo regimento de Osório, o Forte Jesus-Maria-José, chamado de "Tranqueira Invicta" construído em 1752, hoje restam apenas três canhões e uma lápide com a planta da fortaleza.









Nessa foto está, uma das únicas coisas que restaram da fortaleza.Também é possível observar o tipo de vegetação predominantemente formada por gramíneas nativas e ao fundo as matas que se localizam às margens dos rios Jacuí e Pardo e seus afluentes. Além de estar localizado praticamente no centro do estado, outra característica que fez com que Rio Pardo, até então, fosse um dos principais Regimentos do Império no Rio Grande do sul, é por ser uma área rodeada pelo Rio Jacuí e seus afluentes.










Como podemos observar a figura atrás, dois rios cortam o município de Rio Pardo: o rio Jacuí, que corre no sentido oeste-leste, dividindo o território em duas porções e o seu afluente, o rio Pardo, que corre no sentido norte-sul. Portanto a cidade, antes denominada uma vila, está numa Bacia Hidrográfica, ou seja uma bacia hidrográfica é um sistema que integra as conformações de relevo e drenagem. A parcela da chuva que ocorre sobre a área da bacia e que irá transformar-se em escoamento superficial, chamada precipitação efetiva, escoa a partir das maiores elevações do terreno, formando enxurradas em direção aos vales. Esses, por sua vez, concentram esse escoamento em córregos, riachos e ribeirões, os quais confluem e formam o rio principal da bacia, o Rio Jacuí. Com isso temos uma cidade banhada por rios, com temperaturas anuais média de 18ºC a 20ºC, tendo verões muito quentes e invernos muito frios (característica do clima subtropical que ocorre no Rio Grande do Sul), e ainda sendo uma cidade bem localizada que faz ligações tanto com a fronteira com o Uruguai como com a Argentina e bem próximo a capital do estado.
No entanto devido a fatos ocorridos com a independência uruguaia externamente do país, se gerou a necessidade de demarcar bem a fronteira com Uruguai, foi então que o Regimento onde Osório servia foi transferido para Bagé. Uma cidade com características de clima parecidas com a de Rio Pardo - com estações bem marcantes - rodeada por vários rios como a bacia do Rio Camaquã situado ao Norte do município pertencem. Este tem suas nascentes nos municípios de Bagé e Lavras do Sul, seguindo seu curso, no sentido N, NE.Os principais afluentes do Camaquã são os arroios do Tigre, das Palmas, Lichiguana e Torrinhas ou Velhaco. E a Sudeste do município situa-se a bacia do Rio Jaguarão, cujos principais afluentes são os arroios Candiota, Jaguarão Chico e Jaguarão Grande. Os cursos d’água desta bacia situam-se na área do distrito de Seival (onde mais tarde aconteceria a Batalha do Seival onde o exército farroupilha se consagraria) , Aceguá e subdistrito de Tupi Silveira.
A Sudoeste encontramos a bacia do Rio Negro, cujos principais afluentes são os arroios Piraí, Quebracho, Quebrachinho, Gontam e Bagé.
E o ponto principal: a localização estratégica no meio da fronteira entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai. É assim que o Regimento onde Osório servira fora transferido e recebera a intitulação de 2º Corpo de Cavalaria de 1ª Linha. Por isso é bem importante observar que a semalhança entre as duas cidades ajudaram na adapitação do militares no novo local.



Enquanto o Império brasileiro estava preocupado em proteger sua fronteira dos uruguaios, se arma a Revolta Farroupilha, comandada por Bento Gonçalves- na capital- e como seu segundo comandante, José Netto, fica encarregado de dominar Bagé. Capitão Mazzarrêdo, comandante e amigo de Osório, fica sabendo que as tropas Farroupilhas se aproximam e em grande número, cerca de 600 homens, número muito maior aos seus. Então no dia 19 de setembro, antes do amanhecer, Osório acompanha o Capitão a pedido do mesmo até a fronteira com o Uruguai onde pretendia se juntar ao Comandante das Armas, Marechal Sebastião Barreto. Foi nesse contexto, logo depois de acompanhar o Comandante até o Uruguai, que Osório voltou ao estado e se apresentou as tropas do Rio Grande do Sul.



Escrito por: Caroline Brasil

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Pardo

http://www.terragaucha.com.br/imags_rio_pardo.htm

http://www.apontador.com.br/guia_cidades/mapas/RS/rio_pardo.html


http://www.riopardo.rs.gov.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bag%C3%A9

http://sistemas.bage.rs.gov.br/

http://www.weather-forecast.com/locationmaps/Bage.jpg

Histório do General Osório - 1º volume de Fernando Luis Osório



quarta-feira, 11 de junho de 2008

O início da vida de Osório até a Guerra Farroupilha


- Falando um pouco de Osório :


Osório era de estatura mediana, encorpado e de organização vigorosa. Tinha ombros largos e garboso porte. Ao caminhar tinha ótima postura, mantinha o olhar adiante e pisava com firmeza. Os olhos eram castanhos escuros, vivos e expressivos, onde expressavam bondade e seriedade. Mantinha uma fisionomia calma, aberta. Mantinha o hábito de fumar charuto, de tomar um chimarrão e um bom vinho. Prezava pela modéstia e era inimigo do luxo e da ostentação.


- A vida de Manoel Luis Osório

Manuel Luís Osório nasceu no dia 10 de maio de 1808 na estância de seus avós maternos, hoje localizada no município de Osório. Porém somente foi batizado no dia 24 deste mesmo mês e ano. Não tardou a saber montar a cavalo, saltar, jogar o laço e a bola. Tão jovem fez-se capaz de tropear a pelejar. Logo cedo, com aproximadamente treze anos, se mostrou muito curioso, pois tudo inquiria, tudo indagava ao pai, padrinho e ao cura da Vila. Por isso destacou-sedas outras crianças e pela originalidade de suas travessuras, assim recebendo o apelido de “flagelo” da casa. Além de gostar de ouvir as histórias de guerra que seu pai fazia, pedia explicações minuciosas das mesmas. Sempre foi o líder da gurizada da estância e da escola Miguel Alves, na qual ingressou quando possuía catorze anos. Gostava da vida no campo e principalmente de caçar, o que lhe rendeu uma perícia no tiro, e isto iria lhe salvar mais à frente.
Miguel Alves ao perceber as qualidades e preferências do filho resolveu levar consigo Manuel Luís Osório para a batalha de domínio das tropas portuguesas de Montevidéu, afim de faze-lo soldado e cadete no momento oportuno. Mas ele resistiu, insistindo que não queria ser soldado, que preferia estudar, mas seu pai argumenta sobre patriotismo e a impossibilidade de mantê-lo numa grande cidade e acaba por convence-lo.
Durante as batalhas Osório estava sempre com seu pai, não importando o clima ou a situação, prestava a atenção nos mais velhos e ajudava os soldados, com isso já era admirado por estes e pelos oficiais.
Em 1º de maio de 1823, antes de completar a idade mínima legar, inscreveu-se como voluntário no Exército, Na Cavalaria de São Paulo. Foi aceito devida sua vivência em batalhas com seu pai e sua primeira batalha como soldado foi junto as tropas do General Lecór em Montevidéu. Esta se chocou com um troço de cavalarianos portugueses no arroio Miguelete.
Em 1824 foi reconhecido como cadete e em 24 de dezembro do mesmo ano, nomeado Alferes, sendo assim ingressou no Exército (1ªlinha). Logo vai para a guerra de 1825 e nesta conhece e salva Bento Manuel o deixando impressionado com sua coragem e iniciativa, além de sua inteligência atilada, sangue frio, decisão pronta e raciocínio em meio da tormenta.
Veio, então, a batalha de Rosário e nesta Osório faz parte da 1ª Brigada de Cavalaria da 2ª Divisão, comandada pelo General Calado.
Em 12 de outubro de 1827 foi promovido a 1ª Tenente, para o 5º Regimento de Cavalaria que estava em Bagé provisoriamente, e após a paz e a independência do Uruguai voltou à sede em Rio Pardo.Onde se dedicou à política no Partido Liberal. Foi nesta cidade que Osório passou a viver mesmo almejando ir para Caçapava onde sua família estava. Sua personalidade ficara conhecida por todos, mas as damas e donzelas mostrava-se mais curiosas pra ouvirem dele mesmo a narrativa dos próprios heroísmos.
Dentre estas damas e donzelas a que mais o encantou foi uma que possuía o mesmo nome de sua mãe, Ana. Para se aproximar dela contou com a ajuda de colega íntimo da família dela. Não demorou muito para que os dois se amassem e então combinaram de casar-se, toda via a família de Ana, uma das de melhor situação na vila, decidiu que Osório ganhava pouco.
Então os pais da moça falaram com o Comandante das Armas, o Marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto e pediram que para o Osório fosse dado um destacamento na fronteira. Osório parte para sua nova missão sem revolta e também começa a escrever poemas para sua amada, assim se conhecendo toda a história desse amor em versos de um lirismo encantador.
Porém a família de Ana não descansou, além de convence-la que o amor de Osório passara trataram de apagar da memória da jovem a imagem do amante e de arranjar-lhe um bom partido. Alastram a notícia do casamento que acaba por chegar a Osório que em um lindo soneto canta sua infelicidade:
“Que vale o meu amor ser delirante
Entre a chama fatal que me devora
Não me conto ditoso uma só hora
O prêmio não te dão de ser constante.”

Nesse momento um não tinha mais notícia do outro e Osório já acreditava que Ana o havia esquecido. Mas em um belo dia a moça consegue que lhe chegue uma carta. Nesta dizia para leva-la consigo, que estava disposta a fugir. Entretanto a carta chega tarde devido o adoecimento do peão responsável por entregar a carta. Ana sem resposta aceitou o boato de que seu amado estava morto e deixou-se casar. Pouco mais viveu e quando prepararam-na para o túmulo viram gravado em seu peito, do lado do coração, o nome de Osório. Quando este recebeu o chamado sentiu que chegaria tarde, todavia parte deixando sua tropa sob o comando de seu substituto. Ao chegar à vila, sabe do casamento e logo regressa.
Na fronteira imperava os bandidos que agiam em bandos transpondo a fronteira, roubado gado, matando, incendiando e depois retornado sem punição ao seu covil. Num destes saques os habitantes da região apelam para o destacamento de Osório, pedindo proteção. Ele não hesita, monta sua gente e vai ao encontro dos bandidos, acabando por matar todos sem perdoar as mulheres, pois estas combatiam com armas nas mãos e não era possível a distinção entre elas e os homens. Logo que soube do ocorrido o Marechal Barreto, Comandante das Armas, informa ao Governo sobre as ocorrências, mas omite que as mulheres estavam com armas e eram confundidas com homens por serem índias. Assim Osório vai preso, mas é libertado, pois nenhum juiz quer julgar seu caso devido que a opinião pública estava com Osório.
Por volta do ano de 1834 não era mais necessária a guarnição da fronteira de Rio Pardo e o 5º Regimento de Cavalaria Ligeira, herdeiro das tradições dos Dragões do Rio Grande foi mandado para Bagé. Recebe então a denominação de 2º Corpo de Cavalaria de 1ª Linha. Esse corpo se distribuiu por vários destacamentos, em guarda dos pontos mais sensíveis da fronteira devido que Lavalleja havia levantado a bandeira da revolução do outro lado da divisa.
Já abatido pelos choques da vida agitada que vinha levando, não resistiu às prendas e encantos de D. Francisca de oliveira e acabou casando-se em 15 de novembro de 1835 com a mesma. E neste período começa a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos que será tratada na próxima postagem.


Bibliografia: http://www.osorio.org.br/marechal_osorio.htm
Em 11.06.08 as 21:00

Magalhães, João Batista
Osório; síntese do seu perfil histórico.

- Pai do Osório (Manoel Luis da Silva Borges)

Manoel Luis da Silva Borges, pai de Osório, nasceu em 1777 e já em 1793 entrou para o serviço militar como um soldado. Em 1794 passou à cabo, e a furriel em 1796. Neste posto, em uma tarde de exercícios não pode conter a indignação ao ver o capitão maltratar injustamente seu camarada e o defendeu-o com palavras moderadas. No entanto o capitão não tolerou a defesa, se enraivecendo e dando um golpe de espada em Manoel Luis, o qual se viu obrigado a se defender com uma alabarda que tinha em suas mãos. Logo após o acontecimento foi preso, da onde conseguiu escapar 3(três) dias depois com a ajuda do mesmo camarada que ele havia defendido e se viu na obrigação de pagar sua dívida com seu amigo, dando-lhe a liberdade.
Depois de inúmeras dificuldades e de uma cansativa fuga, resolveu tomar o ruma da província ao lado, a província do Rio Grande do Sul, onde esfarrapado, muito faminto, acabou por bater a porta do tenente Thomaz José Luis Osório.
O tenente o acolheu em sua casa, deu-lhe comida e agasalho e concedeu-lhe também um emprego como peão em sua lavoura.
Depois de alguns meses acabou por se casar com a filha mais nova do casal, Anna Joaquina, o que fez mesmo contra a vontade de sua madrinha, da qual foi deserdada.
Desse casamento nasceram 10 filhos, do qual o Osório foi o terceiro.
Passado algum tempo passou a servir novamente o império, se destacando em várias batalhas e vindo a ser promovido de posto várias vezes. Manoel Luis tivera em praticamente todas as guerras aqui do Sul, demonstrando claramente a vontade que tinha em defender a pátria e, esses conceitos de patriotismo passou ao seu filho por meio de suas histórias de Guerra.

Veremos mais adiante que o pai de Osório tem muita influência em algumas de sua decisões, por isso achamos pertinente falar a respeito do Manoel Luis Borges, mostrando suas características e o que priorizava pois concerteza muitos desses valores e idéias foram passadas para o seu filho Osório.

Bibliografia : História do General Osório , de Fernando Luis Osório.

- Carreira militar de Osório

Sinopse 1808 - 8 de maio - natalício1823 - 1 de maio - praça - legião de São Paulo1823 - 13 de maio jurou bandeira1824 - 1 de outubro - 1º Cadete - 3º Regto. de Cavalaria da 1ª linha do Exercito1824 - 24 de dezembro - Alferes - 3º Regimento de Cavalaria da 1ª linha de Exercito1827 - 12 de outubro - Tenente - 5º Regimento de Cavalaria da 1ª linha do Exercito1835 - 13 de outubro - Revolução Farroupilha - comandou o 5º Regimento por nomeação de Bento Manuel - reingressou na legalidade como Major da Legião e depois Major de Brigada (Instrutor) da Guarda Nacional.1838 - 20 de agosto – Capitão de 1ª Linha do Exército – 5º Regimento
1842 - 27 de Maio – Major – 2º Regimento de Cavalaria
1844 - 23 de Julho – Tenente Coronel – 2º Regimento de Cavalaria
1852 – 3 de Maio – Coronel
1856 – 2 de Dezembro – Brigadeiro Graduado
1859 – 18 de Junho – Brigadeiro Efetivo
1865 – 17 de Julho – Marechal de Campo
1867 – 1 de Julho – Tenente General
1877 – 27 de Junho – Marechal do Exército graduado (Senador)
1878 – Ministro da Guerra



Títulos:
Barão, visconde, marquês do herval, com grandeza

Condecorações e medalhas:
Grã-Cruz das Ordens de São Bento d’Aviz, Cruzeiro, Nosso Senhor Jesus Cristo. Comendador da Ordem da Rosa.
Medalhas de Ouro, Argentina e Uruguai
Campanha do Paraguai

Campanhas:
1ª Independencia do Brasil 1822-1823
2ª Cisplatina 1825-1827
3ª Províncias Reunidas do Prata – 1825-1827
4ª Farrapos – 1835-1845
5ª Califórnias do Chico Preto - 1850
6ª Montevidéu (Oribe) – 1850-1851
7ª Contra Rosas - 1852
8ª Estado Oriental – 1863-1864
9ª Guerra do Paraguai - 1865-1870

Batalhas e principais combates:
Independência – Sarandi
Cisplatina e províncias Reunidas – Passo do Rosário
Farroupilha – Rio Pardo e Piratini (comando de Caxias)

Paraguai, no comando do

1º corpo do exército– Passo da Pátria > combates de 16, 17 e 18 de Abril de 1866
Estero Belaco > 2 de Maio de 1866
Passo Cidra > 20 de Maio de 1866
Tuiuti > 24 de Maio de 1866

3º corpo do exército – Humaitá > 16 de Junho de 1868
Itortoró > 6 de Dezembro de 1868
Avaí > 11 de Dezembro de 1868

1º corpo do exército – Peribebuí – 12 de Agosto de 1869.

- Guerra dos Farrapos

Nas próximas postagens iremos ressaltar a participação de Osório na Guerra dos Farrapos.

Obs. : todos os textos acima são de autoria do grupo.