quarta-feira, 11 de junho de 2008

O início da vida de Osório até a Guerra Farroupilha


- Falando um pouco de Osório :


Osório era de estatura mediana, encorpado e de organização vigorosa. Tinha ombros largos e garboso porte. Ao caminhar tinha ótima postura, mantinha o olhar adiante e pisava com firmeza. Os olhos eram castanhos escuros, vivos e expressivos, onde expressavam bondade e seriedade. Mantinha uma fisionomia calma, aberta. Mantinha o hábito de fumar charuto, de tomar um chimarrão e um bom vinho. Prezava pela modéstia e era inimigo do luxo e da ostentação.


- A vida de Manoel Luis Osório

Manuel Luís Osório nasceu no dia 10 de maio de 1808 na estância de seus avós maternos, hoje localizada no município de Osório. Porém somente foi batizado no dia 24 deste mesmo mês e ano. Não tardou a saber montar a cavalo, saltar, jogar o laço e a bola. Tão jovem fez-se capaz de tropear a pelejar. Logo cedo, com aproximadamente treze anos, se mostrou muito curioso, pois tudo inquiria, tudo indagava ao pai, padrinho e ao cura da Vila. Por isso destacou-sedas outras crianças e pela originalidade de suas travessuras, assim recebendo o apelido de “flagelo” da casa. Além de gostar de ouvir as histórias de guerra que seu pai fazia, pedia explicações minuciosas das mesmas. Sempre foi o líder da gurizada da estância e da escola Miguel Alves, na qual ingressou quando possuía catorze anos. Gostava da vida no campo e principalmente de caçar, o que lhe rendeu uma perícia no tiro, e isto iria lhe salvar mais à frente.
Miguel Alves ao perceber as qualidades e preferências do filho resolveu levar consigo Manuel Luís Osório para a batalha de domínio das tropas portuguesas de Montevidéu, afim de faze-lo soldado e cadete no momento oportuno. Mas ele resistiu, insistindo que não queria ser soldado, que preferia estudar, mas seu pai argumenta sobre patriotismo e a impossibilidade de mantê-lo numa grande cidade e acaba por convence-lo.
Durante as batalhas Osório estava sempre com seu pai, não importando o clima ou a situação, prestava a atenção nos mais velhos e ajudava os soldados, com isso já era admirado por estes e pelos oficiais.
Em 1º de maio de 1823, antes de completar a idade mínima legar, inscreveu-se como voluntário no Exército, Na Cavalaria de São Paulo. Foi aceito devida sua vivência em batalhas com seu pai e sua primeira batalha como soldado foi junto as tropas do General Lecór em Montevidéu. Esta se chocou com um troço de cavalarianos portugueses no arroio Miguelete.
Em 1824 foi reconhecido como cadete e em 24 de dezembro do mesmo ano, nomeado Alferes, sendo assim ingressou no Exército (1ªlinha). Logo vai para a guerra de 1825 e nesta conhece e salva Bento Manuel o deixando impressionado com sua coragem e iniciativa, além de sua inteligência atilada, sangue frio, decisão pronta e raciocínio em meio da tormenta.
Veio, então, a batalha de Rosário e nesta Osório faz parte da 1ª Brigada de Cavalaria da 2ª Divisão, comandada pelo General Calado.
Em 12 de outubro de 1827 foi promovido a 1ª Tenente, para o 5º Regimento de Cavalaria que estava em Bagé provisoriamente, e após a paz e a independência do Uruguai voltou à sede em Rio Pardo.Onde se dedicou à política no Partido Liberal. Foi nesta cidade que Osório passou a viver mesmo almejando ir para Caçapava onde sua família estava. Sua personalidade ficara conhecida por todos, mas as damas e donzelas mostrava-se mais curiosas pra ouvirem dele mesmo a narrativa dos próprios heroísmos.
Dentre estas damas e donzelas a que mais o encantou foi uma que possuía o mesmo nome de sua mãe, Ana. Para se aproximar dela contou com a ajuda de colega íntimo da família dela. Não demorou muito para que os dois se amassem e então combinaram de casar-se, toda via a família de Ana, uma das de melhor situação na vila, decidiu que Osório ganhava pouco.
Então os pais da moça falaram com o Comandante das Armas, o Marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto e pediram que para o Osório fosse dado um destacamento na fronteira. Osório parte para sua nova missão sem revolta e também começa a escrever poemas para sua amada, assim se conhecendo toda a história desse amor em versos de um lirismo encantador.
Porém a família de Ana não descansou, além de convence-la que o amor de Osório passara trataram de apagar da memória da jovem a imagem do amante e de arranjar-lhe um bom partido. Alastram a notícia do casamento que acaba por chegar a Osório que em um lindo soneto canta sua infelicidade:
“Que vale o meu amor ser delirante
Entre a chama fatal que me devora
Não me conto ditoso uma só hora
O prêmio não te dão de ser constante.”

Nesse momento um não tinha mais notícia do outro e Osório já acreditava que Ana o havia esquecido. Mas em um belo dia a moça consegue que lhe chegue uma carta. Nesta dizia para leva-la consigo, que estava disposta a fugir. Entretanto a carta chega tarde devido o adoecimento do peão responsável por entregar a carta. Ana sem resposta aceitou o boato de que seu amado estava morto e deixou-se casar. Pouco mais viveu e quando prepararam-na para o túmulo viram gravado em seu peito, do lado do coração, o nome de Osório. Quando este recebeu o chamado sentiu que chegaria tarde, todavia parte deixando sua tropa sob o comando de seu substituto. Ao chegar à vila, sabe do casamento e logo regressa.
Na fronteira imperava os bandidos que agiam em bandos transpondo a fronteira, roubado gado, matando, incendiando e depois retornado sem punição ao seu covil. Num destes saques os habitantes da região apelam para o destacamento de Osório, pedindo proteção. Ele não hesita, monta sua gente e vai ao encontro dos bandidos, acabando por matar todos sem perdoar as mulheres, pois estas combatiam com armas nas mãos e não era possível a distinção entre elas e os homens. Logo que soube do ocorrido o Marechal Barreto, Comandante das Armas, informa ao Governo sobre as ocorrências, mas omite que as mulheres estavam com armas e eram confundidas com homens por serem índias. Assim Osório vai preso, mas é libertado, pois nenhum juiz quer julgar seu caso devido que a opinião pública estava com Osório.
Por volta do ano de 1834 não era mais necessária a guarnição da fronteira de Rio Pardo e o 5º Regimento de Cavalaria Ligeira, herdeiro das tradições dos Dragões do Rio Grande foi mandado para Bagé. Recebe então a denominação de 2º Corpo de Cavalaria de 1ª Linha. Esse corpo se distribuiu por vários destacamentos, em guarda dos pontos mais sensíveis da fronteira devido que Lavalleja havia levantado a bandeira da revolução do outro lado da divisa.
Já abatido pelos choques da vida agitada que vinha levando, não resistiu às prendas e encantos de D. Francisca de oliveira e acabou casando-se em 15 de novembro de 1835 com a mesma. E neste período começa a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos que será tratada na próxima postagem.


Bibliografia: http://www.osorio.org.br/marechal_osorio.htm
Em 11.06.08 as 21:00

Magalhães, João Batista
Osório; síntese do seu perfil histórico.

- Pai do Osório (Manoel Luis da Silva Borges)

Manoel Luis da Silva Borges, pai de Osório, nasceu em 1777 e já em 1793 entrou para o serviço militar como um soldado. Em 1794 passou à cabo, e a furriel em 1796. Neste posto, em uma tarde de exercícios não pode conter a indignação ao ver o capitão maltratar injustamente seu camarada e o defendeu-o com palavras moderadas. No entanto o capitão não tolerou a defesa, se enraivecendo e dando um golpe de espada em Manoel Luis, o qual se viu obrigado a se defender com uma alabarda que tinha em suas mãos. Logo após o acontecimento foi preso, da onde conseguiu escapar 3(três) dias depois com a ajuda do mesmo camarada que ele havia defendido e se viu na obrigação de pagar sua dívida com seu amigo, dando-lhe a liberdade.
Depois de inúmeras dificuldades e de uma cansativa fuga, resolveu tomar o ruma da província ao lado, a província do Rio Grande do Sul, onde esfarrapado, muito faminto, acabou por bater a porta do tenente Thomaz José Luis Osório.
O tenente o acolheu em sua casa, deu-lhe comida e agasalho e concedeu-lhe também um emprego como peão em sua lavoura.
Depois de alguns meses acabou por se casar com a filha mais nova do casal, Anna Joaquina, o que fez mesmo contra a vontade de sua madrinha, da qual foi deserdada.
Desse casamento nasceram 10 filhos, do qual o Osório foi o terceiro.
Passado algum tempo passou a servir novamente o império, se destacando em várias batalhas e vindo a ser promovido de posto várias vezes. Manoel Luis tivera em praticamente todas as guerras aqui do Sul, demonstrando claramente a vontade que tinha em defender a pátria e, esses conceitos de patriotismo passou ao seu filho por meio de suas histórias de Guerra.

Veremos mais adiante que o pai de Osório tem muita influência em algumas de sua decisões, por isso achamos pertinente falar a respeito do Manoel Luis Borges, mostrando suas características e o que priorizava pois concerteza muitos desses valores e idéias foram passadas para o seu filho Osório.

Bibliografia : História do General Osório , de Fernando Luis Osório.

- Carreira militar de Osório

Sinopse 1808 - 8 de maio - natalício1823 - 1 de maio - praça - legião de São Paulo1823 - 13 de maio jurou bandeira1824 - 1 de outubro - 1º Cadete - 3º Regto. de Cavalaria da 1ª linha do Exercito1824 - 24 de dezembro - Alferes - 3º Regimento de Cavalaria da 1ª linha de Exercito1827 - 12 de outubro - Tenente - 5º Regimento de Cavalaria da 1ª linha do Exercito1835 - 13 de outubro - Revolução Farroupilha - comandou o 5º Regimento por nomeação de Bento Manuel - reingressou na legalidade como Major da Legião e depois Major de Brigada (Instrutor) da Guarda Nacional.1838 - 20 de agosto – Capitão de 1ª Linha do Exército – 5º Regimento
1842 - 27 de Maio – Major – 2º Regimento de Cavalaria
1844 - 23 de Julho – Tenente Coronel – 2º Regimento de Cavalaria
1852 – 3 de Maio – Coronel
1856 – 2 de Dezembro – Brigadeiro Graduado
1859 – 18 de Junho – Brigadeiro Efetivo
1865 – 17 de Julho – Marechal de Campo
1867 – 1 de Julho – Tenente General
1877 – 27 de Junho – Marechal do Exército graduado (Senador)
1878 – Ministro da Guerra



Títulos:
Barão, visconde, marquês do herval, com grandeza

Condecorações e medalhas:
Grã-Cruz das Ordens de São Bento d’Aviz, Cruzeiro, Nosso Senhor Jesus Cristo. Comendador da Ordem da Rosa.
Medalhas de Ouro, Argentina e Uruguai
Campanha do Paraguai

Campanhas:
1ª Independencia do Brasil 1822-1823
2ª Cisplatina 1825-1827
3ª Províncias Reunidas do Prata – 1825-1827
4ª Farrapos – 1835-1845
5ª Califórnias do Chico Preto - 1850
6ª Montevidéu (Oribe) – 1850-1851
7ª Contra Rosas - 1852
8ª Estado Oriental – 1863-1864
9ª Guerra do Paraguai - 1865-1870

Batalhas e principais combates:
Independência – Sarandi
Cisplatina e províncias Reunidas – Passo do Rosário
Farroupilha – Rio Pardo e Piratini (comando de Caxias)

Paraguai, no comando do

1º corpo do exército– Passo da Pátria > combates de 16, 17 e 18 de Abril de 1866
Estero Belaco > 2 de Maio de 1866
Passo Cidra > 20 de Maio de 1866
Tuiuti > 24 de Maio de 1866

3º corpo do exército – Humaitá > 16 de Junho de 1868
Itortoró > 6 de Dezembro de 1868
Avaí > 11 de Dezembro de 1868

1º corpo do exército – Peribebuí – 12 de Agosto de 1869.

- Guerra dos Farrapos

Nas próximas postagens iremos ressaltar a participação de Osório na Guerra dos Farrapos.

Obs. : todos os textos acima são de autoria do grupo.

Um comentário:

Marcio Fenili Antunes disse...

Pessoal, visualmente está legal. Seria importante que cada componente fizesse uma análise individual de uma ou mais matérias.
Aprofundem mais um ou outro aspecto que acharem mais interessante.

Bom trabalho.

Maj Fenili.